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Priscila Emery

Ansiedade aumenta o risco de demência?



A ansiedade tem sido cada vez mais estudada como um fator de risco potencial para o desenvolvimento de demência. A demência é uma condição irreversível que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e identificar fatores de risco modificáveis, como a ansiedade, pode ser essencial para estratégias de prevenção. Uma meta-análise recente trouxe novas evidências que reforçam a associação entre ansiedade e risco de demência, sugerindo que o controle da ansiedade pode ter um impacto positivo na redução das taxas de demência.


Ansiedade e demência: uma conexão significativa


De acordo com o estudo, que incluiu nove estudos de coorte prospectivos e mais de 29.000 participantes, a ansiedade foi significativamente associada a um risco 24% maior de demência. Essa relação se mostrou presente mesmo após o ajuste para outros fatores de risco, como depressão e condições cardiovasculares. O estudo sugere que a ansiedade, uma condição tratável, pode desempenhar um papel importante no aumento do risco de demência por todas as causas.


O impacto da ansiedade no desenvolvimento da demência


A análise revelou que a fração de casos de demência atribuível à ansiedade é de aproximadamente 3,9%. Isso significa que quase 4% dos casos de demência poderiam ser prevenidos se a ansiedade fosse adequadamente tratada ou controlada. Embora esse número possa parecer pequeno, considerando a alta prevalência de demência globalmente, a intervenção sobre a ansiedade pode ter um impacto significativo na saúde pública.


A ansiedade é um fator de risco modificável


A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a importância de identificar fatores de risco modificáveis para a demência, especialmente porque a doença ainda não possui uma cura. A ansiedade, sendo uma condição mental comum entre idosos, mas que pode ser tratada com terapia e medicação, surge como um alvo potencial para estratégias preventivas.


A pesquisa mostrou que a ansiedade em pessoas mais velhas pode, inclusive, ser um sinal prodrômico da demência, especialmente quando o transtorno se manifesta em idades mais avançadas. Isso significa que, em alguns casos, a ansiedade pode preceder o aparecimento de sintomas mais evidentes da demência.


Prevenção e tratamento da ansiedade


Controlar a ansiedade em idosos pode ser uma abordagem eficaz não só para melhorar a qualidade de vida, mas também para reduzir o risco de declínio cognitivo e demência. As opções de tratamento para a ansiedade incluem terapia cognitivo-comportamental, uso de medicamentos e intervenções no estilo de vida, como práticas de meditação e exercícios físicos.

 

Essas medidas não apenas tratam a ansiedade, mas também podem contribuir para a saúde geral do cérebro. Estudos sugerem que o tratamento da ansiedade pode ajudar a preservar a função cognitiva e retardar o surgimento de condições neurodegenerativas.


A meta-análise atualizada reforça a importância de tratar a ansiedade como uma forma de prevenção da demência. Embora mais pesquisas sejam necessárias para determinar se a ansiedade é uma causa direta ou um sintoma precoce da demência, os resultados até agora indicam que o tratamento da ansiedade pode ter um impacto significativo na redução das taxas de demência.

 

Para indivíduos que sofrem de ansiedade, principalmente na terceira idade, procurar tratamento pode ser uma maneira eficaz de não apenas melhorar a saúde mental, mas também de proteger a saúde cognitiva a longo prazo. O controle da ansiedade deve, portanto, ser considerado uma parte essencial das estratégias preventivas contra a demência.

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