Cães de assistência e esclerose múltipla: como esses companheiros transformam a vida de pacientes
- Priscila Emery
- 5 de jun.
- 3 min de leitura

A convivência com esclerose múltipla (EM) pode ser desafiadora, impactando a mobilidade, a autonomia e até a identidade das pessoas diagnosticadas. Uma pesquisa recente trouxe à luz um recurso que vem mudando essa realidade: o uso de cães de assistência por pessoas que vivem com EM.
Cães de assistência: mais que companheiros
Desde 1975, nos Estados Unidos, os cães de assistência são treinados para auxiliar pessoas com deficiências físicas em tarefas do dia a dia — como abrir portas, pegar objetos ou acionar interruptores. Com o tempo, sua atuação se expandiu para auxiliar pessoas com deficiências sensoriais, intelectuais e até transtornos mentais. No Reino Unido, onde a pesquisa foi conduzida, diversas instituições certificadas treinam cães especificamente para auxiliar pacientes com deficiência física, incluindo aqueles com esclerose múltipla.
Pesquisa com pessoas com EM e cães de assistência
O estudo, baseado na análise fenomenológica interpretativa (IPA), entrevistou 11 pessoas com EM que já haviam convivido com 19 cães de assistência ao longo de duas décadas. Os resultados apontaram três grandes temas que marcam essa convivência: visibilidade, incerteza e identidade.
1. Visibilidade: do olhar de julgamento ao olhar de empatia
Participantes relataram que seus cães de assistência muitas vezes desviavam o olhar público de seus sintomas visíveis, como dificuldades motoras, para o animal, promovendo uma interação mais positiva com a sociedade. Isso transformava a percepção pública de “pessoa doente” para “pessoa com um cão incrível”.
2. Incerteza: o tempo e a degeneração
Apesar dos benefícios, a convivência com os cães também é marcada por incertezas: o envelhecimento do animal, as mudanças progressivas da própria esclerose e a dificuldade de lidar com possíveis perdas futuras. Essa relação interespécie, embora profundamente positiva, é também vulnerável.
3. Identidade: uma nova forma de ser no mundo
Um dos achados mais impactantes foi como os cães de assistência contribuíam para uma reconstrução da identidade. As pessoas deixavam de se enxergar apenas como pacientes com EM e passavam a se identificar como uma dupla — humano e cão — que enfrenta o mundo com mais confiança e dignidade.
Benefícios psicossociais dos cães de assistência
Além do suporte físico, os cães oferecem:
Aumento da autoestima e autonomia
Redução do isolamento social
Melhora na saúde mental
Estímulo à atividade física e social
Esses aspectos são cruciais para quem vive com uma condição neurodegenerativa, como a esclerose múltipla.
Cães de assistência na esclerose múltipla: uma alternativa terapêutica real
A pesquisa contribui para os campos dos estudos sobre deficiência e interações humano-animal, mostrando que cães de assistência não são apenas ferramentas de apoio, mas agentes de transformação social e emocional. Para pessoas com EM, eles oferecem algo raro: reconexão com a sociedade e com si mesmas.
Conclusão
Se você vive com esclerose múltipla ou conhece alguém com a condição, considerar um cão de assistência pode ser uma alternativa valiosa. Mais do que ajudar fisicamente, esses animais têm o poder de transformar vidas, identidades e relações sociais.
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