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Como a poluição do ar afeta a saúde do cérebro

  • Foto do escritor: Priscila Emery
    Priscila Emery
  • 6 de out. de 2024
  • 3 min de leitura



A poluição do ar tem sido amplamente associada a problemas respiratórios e cardiovasculares, mas estudos recentes indicam que sua influência vai além dos pulmões e coração, afetando também a saúde do cérebro. Pesquisas emergentes mostram que a exposição a poluentes pode aumentar o risco de condições neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC), doença de Alzheimer, demência e doença de Parkinson. Essa descoberta alarmante destaca a necessidade de entender melhor os impactos da poluição do ar no sistema nervoso central.


Principais poluentes e seus efeitos no cérebro


Os principais responsáveis pela poluição do ar incluem emissões de veículos, fábricas e pequenas partículas em suspensão. Esses poluentes contêm substâncias químicas prejudiciais, como ozônio e partículas finas (PM2.5), que são particularmente preocupantes para a saúde cerebral. Estudos sugerem que essas partículas são pequenas o suficiente para penetrar no corpo e atingir o cérebro, causando danos neurológicos ao longo do tempo.


De acordo com pesquisadores, o cérebro não é tão protegido quanto se imagina, sendo exposto a toxinas do ar através do sistema olfativo (cheiro) e do trato gastrointestinal (ingestão). Essa exposição crônica pode desencadear inflamações no cérebro, resultando em danos progressivos que contribuem para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.


A relação entre poluição do ar e doenças neurológicas


Estudos epidemiológicos são cada vez mais convincentes ao mostrar uma ligação entre a poluição do ar e distúrbios neurológicos. Por exemplo, um estudo em Manhattan descobriu que viver a menos de 100 metros de uma rodovia está associado a um risco 42% maior de AVC isquêmico. Essa descoberta reforça a hipótese de que viver em áreas de alta poluição do ar aumenta significativamente o risco de doenças cerebrais.


Além disso, pesquisas apontam que a exposição prolongada a poluentes pode elevar a presença de beta-amilóide, uma proteína associada ao Alzheimer. Em um estudo com mais de 18.000 americanos mais velhos, foi constatado que pessoas que vivem em áreas com altos níveis de PM2.5 tinham maior probabilidade de acumular essa proteína no cérebro, o que sugere uma ligação direta entre a poluição do ar e o desenvolvimento de demências.


Poluição do ar e doença de Parkinson


A doença de Parkinson também está fortemente relacionada à exposição à poluição do ar. Um estudo sul-coreano publicado no **JAMA Neurology** identificou que pessoas expostas a altos níveis de dióxido de nitrogênio apresentaram um aumento de 40% no risco de desenvolver Parkinson. Outra pesquisa dinamarquesa confirmou essa relação, associando a poluição do ar gerada pelo tráfego com um risco elevado para essa condição neurológica.


Uma teoria sugere que a poluição pode contribuir para o acúmulo de alfa-sinucleína, uma proteína defeituosa que desempenha um papel central na doença de Parkinson. Estudos em animais estão sendo conduzidos para entender melhor como essa exposição afeta o cérebro e o intestino, onde essa proteína também pode se acumular.


Impacto da poluição do ar no desenvolvimento infantil


As crianças pequenas são especialmente vulneráveis à poluição do ar. Pesquisas realizadas na Cidade do México indicam que a exposição precoce a altos níveis de poluentes está associada a déficits cognitivos e anormalidades no desenvolvimento cerebral. Isso é preocupante, pois sugere que a poluição pode ter um impacto duradouro no desenvolvimento neuropsicológico, prejudicando a capacidade cognitiva desde a infância.


A crescente evidência de que a poluição do ar está ligada a distúrbios neurológicos sublinha a urgência de políticas públicas que visem melhorar a qualidade do ar. A redução da exposição a poluentes pode não só ajudar a diminuir a incidência de doenças pulmonares e cardíacas, mas também proteger o cérebro de condições graves como o AVC, Alzheimer e Parkinson.


Para prevenir o impacto devastador da poluição do ar no cérebro, é fundamental que os governos e indivíduos adotem medidas para limitar a emissão de poluentes e promover ambientes mais saudáveis, visando o bem-estar neurológico de toda a população.


 
 
 

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Neurologista - CRM 26635 - RQE 15534

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