Esclerose múltipla e saúde mental: como a ansiedade e depressão agravam os sintomas da EMRR
- Priscila Emery
- 6 de jun.
- 2 min de leitura

A esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR) é uma doença neurológica crônica que pode se manifestar de formas bastante imprevisíveis. No entanto, um fator que tem ganhado atenção crescente é o impacto da saúde mental nos desfechos clínicos desses pacientes. Um estudo recente apresentado no ACTRIMS 2025 mostra que ansiedade e depressão em pacientes com EMRR estão fortemente associadas a uma piora significativa do quadro clínico.
Depressão e ansiedade: comorbidades comuns na EMRR
Pesquisadores do Rush University Medical Center, em Chicago, analisaram os dados de 160 adultos com EMRR, todos sem tratamento modificador da doença (DMT) no início da avaliação. Eles examinaram fatores como presença de comorbidades psiquiátricas, tipo de seguro de saúde, progressão da incapacidade (avaliada pela EDSS), frequência de recaídas e atividade da doença na ressonância magnética.
O resultado foi claro: pacientes com depressão e/ou ansiedade apresentaram piores resultados clínicos em comparação com aqueles sem essas condições. Por exemplo, aqueles com depressão tiveram um aumento médio de 1,59 pontos na escala de incapacidade (EDSS), enquanto os que não tinham apresentaram um aumento de apenas 0,92 pontos.
A relação entre saúde mental e piora clínica
A presença de depressão e ansiedade em pacientes com EMRR impactou diretamente diversos aspectos do tratamento e da evolução da doença:
Recaídas mais frequentes: 23% dos pacientes com depressão e 18% dos com depressão/ansiedade sofreram recaídas, contra apenas 7% dos pacientes sem essas comorbidades.
Atraso no início do tratamento: Pacientes com depressão (38%) e com depressão/ansiedade (30%) tiveram mais atrasos no início dos DMTs em comparação com 16% dos pacientes sem comorbidades psiquiátricas.
Hospitalizações mais frequentes: 15% dos pacientes com depressão foram hospitalizados ao menos uma vez, contra apenas 3% dos que não tinham a comorbidade.
Maior atividade na ressonância magnética: 37% dos pacientes com depressão/ansiedade apresentaram maior atividade da doença na RM, em comparação com 22% dos pacientes sem essas condições.
Fatores socioeconômicos também influenciam
O estudo também revelou uma correlação preocupante entre fatores socioeconômicos e saúde mental.
Por que tratar a saúde mental é fundamental na EMRR
A depressão e a ansiedade não são apenas consequências emocionais da esclerose múltipla — elas podem ser fatores que aceleram a progressão da doença. Ignorar esses sintomas pode levar a atrasos no tratamento, pior resposta terapêutica e maior incapacidade funcional.
Portanto, é fundamental que neurologistas e equipes multidisciplinares incluam a triagem e o acompanhamento da saúde mental como parte essencial do plano terapêutico para pacientes com EMRR.
Conclusão: cuidar da mente é cuidar da EM
Os dados reforçam uma mensagem importante: tratar a ansiedade e a depressão em pacientes com EMRR não é um cuidado secundário — é parte fundamental para evitar recaídas, reduzir hospitalizações e melhorar a qualidade de vida. A integração entre saúde neurológica e mental precisa ser uma prioridade no tratamento da esclerose múltipla.
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