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Priscila Emery

Fragilidade: Um novo preditivo precoce para demência



Pesquisas recentes apontam que sinais de fragilidade podem ser um preditor precoce para demência, aparecendo mais de uma década antes dos primeiros sintomas cognitivos. Este avanço pode ajudar a identificar indivíduos em risco, possibilitando intervenções preventivas e aumentando a eficácia de tratamentos.


O que é fragilidade e como ela está relacionada à demência?

A fragilidade é caracterizada por uma redução na capacidade física e aumento da vulnerabilidade a condições adversas, frequentemente associada ao envelhecimento. Ela pode incluir problemas como pressão alta, dor crônica, deficiência auditiva, mobilidade reduzida e dificuldades funcionais gerais.


Segundo um estudo internacional, participantes com níveis crescentes de fragilidade apresentaram maior risco de desenvolver demência, com aceleração significativa dos sintomas nos 4 a 9 anos anteriores ao diagnóstico. Cada aumento de 0,1 no índice de fragilidade foi associado a um risco maior de demência, variando de 18% a 73% dependendo do grupo estudado.


Dados do estudo e descobertas relevantes

O estudo avaliou quase 30 mil pessoas com 60 anos ou mais, utilizando dados de quatro grandes coortes internacionais. As principais conclusões incluem:


  1. Fragilidade como biomarcador de risco: A fragilidade foi identificada como um possível biomarcador acessível para prever o risco de demência, especialmente útil para intervenções precoces.

  2. Associação entre fragilidade e demência: Participantes com índices mais altos de fragilidade apresentaram maior probabilidade de desenvolver demência, mesmo quando avaliados anos antes do período de aceleração dos sintomas.

  3. Diferenças entre gêneros: Mulheres apresentaram, em média, escores de fragilidade mais altos do que homens nos estudos analisados, embora o impacto no risco de demência fosse semelhante.


Prevenção: os quatro pilares contra a fragilidade

Os pesquisadores enfatizam que a trajetória prolongada da fragilidade antes do início da demência oferece muitas oportunidades para prevenção. David Ward, um dos autores do estudo, sugere os seguintes "quatro pilares" para gerenciar e prevenir a fragilidade:


  1. Nutrição adequada: Uma dieta rica em proteínas ajuda a manter a força e a saúde geral.

  2. Atividade física: Exercícios regulares melhoram a capacidade funcional e retardam o declínio físico.

  3. Gestão de medicamentos: Acompanhamento cuidadoso de condições crônicas e medicamentos pode prevenir complicações.

  4. Engajamento social: Manter uma rede social ativa fortalece a saúde mental e reduz o risco de isolamento.


A relação entre fragilidade e demência ainda precisa de mais estudos

Embora a relação entre fragilidade e demência seja clara, os pesquisadores alertam que esta conexão não implica causalidade direta. Fragilidade e demência são condições complexas, influenciadas por fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Por isso, é fundamental adotar um estilo de vida saudável desde cedo, incluindo:


  • Alimentação balanceada

  • Controle de diabetes e hipertensão

  • Engajamento em atividades sociais

  • Exercícios regulares


Esses hábitos não só ajudam a reduzir o risco de demência, mas também promovem uma melhor qualidade de vida geral.


Conclusão

A identificação precoce da fragilidade como um possível preditor de demência pode revolucionar as estratégias de prevenção e tratamento. Rastrear e gerenciar a fragilidade pode ser uma ferramenta poderosa para neurologistas e outros profissionais de saúde. Adotar um estilo de vida saudável é a melhor abordagem para minimizar os riscos e melhorar o bem-estar ao longo da vida.

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