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Interromper o tratamento da esclerose múltipla pode reativar a doença, aponta estudo

  • Foto do escritor: Priscila Emery
    Priscila Emery
  • 5 de jun.
  • 2 min de leitura


Descontinuar tratamento de esclerose múltipla pode levar a recidiva ou novas lesões
Descontinuar tratamento de esclerose múltipla pode levar a recidiva ou novas lesões


Pacientes com esclerose múltipla (EM) em estágio estável há pelo menos cinco anos devem ter cautela ao interromper o uso de terapias modificadoras da doença (DMTs). Um novo estudo publicado no JAMA Neurology revelou que a descontinuação desses medicamentos pode aumentar o risco de recorrência da atividade inflamatória da EM, mesmo entre aqueles considerados clinicamente estáveis.


A pesquisa foi realizada no âmbito do ensaio DOT-MS, que envolveu 89 pacientes adultos com EM do tipo remitente-recorrente. Os participantes, todos estáveis há cinco anos sem recaídas ou alterações significativas em exames de ressonância magnética (RM), foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um que continuou o DMT de primeira linha e outro que interrompeu o tratamento. O acompanhamento teve duração mediana de 15,3 meses.


Os resultados indicam que 17,8% dos pacientes que pararam o tratamento apresentaram atividade inflamatória significativa, enquanto nenhum caso foi registrado no grupo que continuou com a medicação. A maior parte das recaídas foi detectada por alterações na RM, e apenas dois pacientes do grupo de descontinuação tiveram recaídas clínicas perceptíveis.


Esses dados sugerem que, embora a maioria dos pacientes continue estável após parar o tratamento, uma parcela significativa corre o risco de recorrência da doença. Por isso, os especialistas recomendam que qualquer tentativa de descontinuação seja feita com monitoramento clínico e radiológico contínuo. O uso de biomarcadores também pode ser útil, embora o estudo tenha mostrado que eles ainda não conseguem prever com precisão as recaídas.


Entre os biomarcadores analisados estavam a cadeia leve do neurofilamento e a proteína ácida fibrilar glial. Ambos apresentaram aumento durante os períodos de atividade inflamatória, mas não foram eficazes na previsão antecipada das crises. Isso reforça a necessidade de um acompanhamento médico criterioso e regular em pacientes que decidirem interromper o DMT.


Do ponto de vista da segurança, o estudo observou que os eventos adversos foram semelhantes nos dois grupos, e não houve efeitos graves associados à descontinuação. Apesar disso, os pesquisadores destacam que o estudo teve algumas limitações, como o tamanho reduzido da amostra, término precoce, ausência de exames de RM espinhal de rotina e falta de centralização na análise das imagens.


Mesmo com essas limitações, o estudo fornece insights importantes para médicos e pacientes que consideram interromper o tratamento de EM a longo prazo. Ele reforça que, embora a suspensão possa ser uma opção viável em certos casos, o risco de reativação da doença ainda existe e deve ser cuidadosamente avaliado.


Para quem busca informações sobre "interromper DMT na esclerose múltipla", "risco de recaída após parar tratamento para EM" ou "como manter a EM estável", este conteúdo oferece respostas fundamentadas em evidências científicas. Manter a estabilidade da EM a longo prazo exige uma abordagem personalizada e monitoramento constante, mesmo quando os sintomas parecem controlados.


Se você vive com esclerose múltipla e está estável há anos, converse com seu neurologista antes de tomar qualquer decisão sobre a suspensão da medicação. A avaliação deve considerar fatores clínicos, exames de imagem e sua qualidade de vida.


 
 
 

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