Transtorno do Espectro da Neuromielite Óptica (NMOSD) e gravidez: entenda os riscos e cuidados essenciais
- Priscila Emery
- 25 de abr.
- 2 min de leitura

O transtorno do espectro da neuromielite óptica (NMOSD) é uma doença autoimune rara e grave que afeta o sistema nervoso central, principalmente o nervo óptico e a medula espinhal. Em mulheres em idade fértil, uma das principais preocupações é a relação entre NMOSD e a gravidez, especialmente em relação aos riscos de recaídas e complicações durante e após a gestação.
Neste artigo, vamos explorar os fatores de risco para ataques de NMOSD relacionados à gravidez, com base em uma revisão sistemática e meta-análise recente que avaliou mais de 600 gestações informativas de mulheres com NMOSD.
Riscos de recaída de NMOSD no período pós-parto
Um dos achados mais relevantes da análise foi que o risco de recaídas de NMOSD aumenta significativamente no primeiro trimestre após o parto. Esse período pós-parto é particularmente sensível, e muitas mulheres enfrentam um agravamento da doença.
Além disso, os escores da Escala Expandida de Status de Incapacidade (EDSS) — uma medida que avalia a gravidade da deficiência neurológica — aumentaram tanto durante a gestação quanto no pós-parto, demonstrando que a doença pode progredir nessas fases.
Tratamento imunossupressor pode reduzir riscos
A boa notícia é que o uso de tratamento imunossupressor durante a gravidez está associado à redução do risco de ataques. Mulheres que mantiveram o tratamento adequado durante a gestação apresentaram menor taxa de recaídas, com uma razão de risco de 0,43 — o que significa uma redução de mais da metade nas chances de ataques relacionados à gravidez.
Outro fator protetor identificado foi a idade mais avançada na concepção, que também foi associada a uma menor frequência de recaídas. Isso sugere que, em mulheres com NMOSD, o planejamento da gestação com acompanhamento médico pode ser crucial para minimizar riscos.
Cuidados essenciais durante a gestação com NMOSD
Se você tem NMOSD e está grávida ou deseja engravidar, alguns cuidados são fundamentais:
Planejamento pré-gestacional com neurologista e obstetra especializados.
Avaliação da necessidade de manter o tratamento imunossupressor durante toda a gestação.
Monitoramento frequente dos sintomas e avaliações neurológicas.
Acompanhamento intensivo no período pós-parto, especialmente nos três primeiros meses, para prevenir recaídas.
Complicações da gravidez em mulheres com NMOSD
Embora a maioria das gestações tenha evoluído de forma satisfatória, algumas pacientes apresentaram complicações obstétricas, reforçando a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar e individualizado. Essa abordagem garante maior segurança tanto para a mãe quanto para o bebê.
Conclusão
A gravidez em pacientes com NMOSD exige atenção especial, principalmente no período pós-parto, onde o risco de recaídas aumenta significativamente. O uso de terapia imunossupressora adequada e o planejamento gestacional com equipe médica especializada são estratégias fundamentais para garantir segurança e bem-estar durante toda a jornada da maternidade.
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