Novas diretrizes atualizam critérios diagnósticos para Alzheimer e demências relacionadas
- Priscila Emery
- 25 de abr.
- 2 min de leitura

A Associação de Alzheimer dos Estados Unidos divulgou novas diretrizes clínicas para a avaliação diagnóstica da doença de Alzheimer (DA) e demências relacionadas (ADRD). O objetivo principal é oferecer uma abordagem estruturada e centrada no paciente para identificar sinais de comprometimento cognitivo (CC), sintomas neuropsiquiátricos e prejuízos funcionais nas atividades da vida diária.
Esse avanço representa um marco para profissionais de saúde, especialmente da atenção primária, que agora contam com uma lista atualizada de instrumentos validados e eficazes para a triagem e acompanhamento da cognição em idosos.
Avaliação do Comprometimento Cognitivo: Ferramentas Validadas
As novas diretrizes listam diversas ferramentas recomendadas para detecção precoce de declínio cognitivo, cada uma com foco em diferentes aspectos da cognição:
IQCODE e CFI: Avaliam mudanças cognitivas relatadas por informantes ou pacientes ao longo do tempo.
AD8 e AQ: Ferramentas rápidas e eficientes para triagem inicial de comprometimento cognitivo leve.
QDRS e ECog: Úteis na identificação da gravidade e impacto dos sintomas cognitivos e comportamentais.
Cambridge Behavioural Inventory: Indicada para diagnóstico diferencial de diversos tipos de demência.
Esses instrumentos possibilitam uma abordagem mais precisa e sensível, inclusive nos estágios iniciais da doença, quando as intervenções podem trazer mais benefícios.
Monitoramento de Sintomas Neuropsiquiátricos
As diretrizes também enfatizam a importância de rastrear sintomas como depressão, ansiedade, agressividade e alucinações — comuns em diferentes fases da demência:
NPI-Q e BEHAVE-AD: Avaliam a presença, gravidade e impacto dos sintomas comportamentais.
GDS, PHQ-9 e CSDD: Ferramentas para diagnóstico e acompanhamento da depressão em pacientes com MCI ou DA.
GAI e PSWQ-A: Avaliam sintomas de ansiedade em idosos com declínio cognitivo.
MBI-C: Foca no comportamento pré-demência, ajudando na detecção precoce.
Essas escalas contribuem para uma abordagem integral e personalizada, abordando não só a cognição, mas também o bem-estar emocional do paciente.
Avaliação da Funcionalidade nas Atividades do Dia a Dia
A perda de funcionalidade nas atividades diárias é um dos critérios-chave para diagnóstico de demência. Entre os instrumentos recomendados estão:
CDR e FAST: Avaliam o impacto da perda cognitiva no desempenho funcional.
DAD e BALDS: Medem o grau de independência em tarefas básicas e instrumentais.
FAQ e Lawton & Brody IADL: Ferramentas práticas para uso em ambiente ambulatorial.
A-IADL-SV: Versão computadorizada para avaliação em casos leves de demência.
Essas ferramentas ajudam os profissionais a entender quando o comprometimento cognitivo já afeta a autonomia do paciente, elemento essencial para o diagnóstico de Alzheimer.
Comunicação Clara e Humanizada no Diagnóstico
Além da parte técnica, as diretrizes destacam a importância de comunicar o diagnóstico com clareza e empatia, envolvendo tanto o paciente quanto seus cuidadores no processo. A conversa sobre prognóstico e plano de manejo deve ser aberta, respeitosa e adaptada à realidade de cada família.
Conclusão
As novas diretrizes da Associação de Alzheimer oferecem uma base sólida para que médicos e profissionais de saúde façam uma avaliação diagnóstica padronizada, eficiente e compassiva da doença de Alzheimer e suas variações. A utilização dessas ferramentas facilita a detecção precoce, permite intervenções mais eficazes e promove cuidados centrados no paciente.
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