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Priscila Emery

Pedalar e seus benefícios neurológicos para pacientes com Parkinson



Movimento repetitivo do ciclismo é mais fácil do que uma caminhada para pacientes de Parkinson



A doença de Parkinson afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, comprometendo principalmente as funções motoras devido à deficiência de dopamina, neurotransmissor responsável pelo controle dos movimentos voluntários. Nesse cenário, a prática de exercícios físicos, como pedalar, pode ser uma estratégia eficaz para retardar a progressão da doença. Um estudo liderado pelo Dr. John Fontenele Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), trouxe evidências de que pedalar não só melhora a mobilidade, mas também promove a “organização neurológica” em pacientes com Parkinson.


Ciclismo: um exercício eficaz e acessível

Caminhar é uma atividade complexa que envolve equilíbrio, coordenação e controle motor, o que se torna um grande desafio para pacientes com Parkinson, especialmente aqueles que apresentam o “congelamento da marcha”. Por outro lado, pedalar em uma bicicleta ergométrica é uma alternativa viável, pois a atividade requer menos esforço cognitivo e motor, permitindo que pacientes com dificuldades de locomoção pratiquem exercícios de forma segura.


Segundo o estudo, a pedalada proporciona benefícios que vão além do fortalecimento muscular. Durante o exercício, há uma redução na entropia cerebral, ou seja, a atividade neural se torna mais organizada e sincronizada. Esse efeito foi especialmente observado nas regiões frontais do cérebro, responsáveis pelo controle motor e planejamento de movimentos.


Efeitos da pedalada na atividade neural

Durante a pesquisa, os participantes foram submetidos a sessões de pedalada em uma bicicleta ergométrica horizontal, enquanto suas atividades cerebrais eram monitoradas por eletroencefalograma (EEG). A análise revelou que, durante o exercício, a entropia cerebral diminuiu, indicando uma maior organização neuronal.


Esse padrão de atividade neural assemelha-se ao observado durante práticas de meditação, em que há maior sincronização cortical e uma consequente melhora na capacidade de concentração e coordenação motora. Após o término da pedalada, ocorreu um “rebote” na potência da banda beta, responsável pela excitabilidade cortical, sugerindo que o cérebro entra em um estado de recuperação e maior prontidão após o exercício.


Por que pedalar é indicado para pacientes com Parkinson?


  1. Movimentos repetitivos e contínuos: O ciclismo envolve movimentos cíclicos que estimulam menos circuitos neurais complexos em comparação à caminhada. Isso facilita a execução da atividade por pacientes com dificuldades motoras, como o congelamento da marcha.


  2. Redução da entropia cerebral: A pedalada ajuda a sincronizar a atividade neuronal, contribuindo para uma maior organização cerebral e, consequentemente, melhor controle motor.


  3. Estímulo à produção de dopamina: Assim como outras atividades físicas, pedalar estimula a produção de dopamina, neurotransmissor crucial no controle dos movimentos e que está em níveis reduzidos em pacientes com Parkinson.


  4. Fortalecimento muscular: A prática regular de ciclismo fortalece a musculatura, melhora o equilíbrio e aumenta a resistência física, fatores importantes para a qualidade de vida dos pacientes.


Recomendações práticas

O neurologista Dr. Henrique Ballalai, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), recomenda que pacientes com Parkinson que enfrentam dificuldades para caminhar incluam o ciclismo em suas rotinas. “A atividade aeróbica desacelera a progressão da doença de Parkinson e fortalece a musculatura. Pedalar é uma alternativa segura e eficaz para manter a mobilidade, mesmo para aqueles com a marcha comprometida”, afirma o especialista.


Conclusão

O estudo conduzido pela UFRN reforça a eficácia do ciclismo como uma intervenção terapêutica para pacientes com Parkinson. Além de melhorar a mobilidade e retardar a progressão da doença, pedalar promove a organização neurológica, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Portanto, incluir a prática de ciclismo, seja em uma bicicleta ergométrica ou ao ar livre, pode ser uma excelente estratégia para pacientes com Parkinson.


Para melhores resultados, é importante contar com a orientação de um profissional de saúde, como um neurologista ou fisioterapeuta, que poderá indicar a frequência e a intensidade adequadas de acordo com o estágio da doença.

Este artigo foi otimizado com técnicas de SEO e visa fornecer informações detalhadas e relevantes sobre os benefícios do ciclismo para pacientes com Parkinson.

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