Como superar uma recaída na esclerose múltipla: um caminho possível

Uma recaída da EM pode afetar a visão, o equilíbrio, a força muscular, a coordenação, a cognição e até mesmo as emoções

Entendendo as recaídas da esclerose múltipla (EM)

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central. Em sua forma mais comum, chamada EM remitente-recorrente (EMRR), os pacientes vivenciam períodos de piora dos sintomas conhecidos como recaídas.

Durante essas recaídas, os sintomas podem surgir repentinamente e variar de leves a extremamente debilitantes. É como se, de um dia para o outro, o corpo deixasse de responder como antes. Mesmo quando há recuperação aparente, o dano à mielina — a proteção dos nervos — permanece e pode se acumular com o tempo.

O que é uma recaída da EM?

Uma recaída da EM pode afetar a visão, o equilíbrio, a força muscular, a coordenação, a cognição e até mesmo as emoções. Para algumas pessoas, pode significar perder temporariamente a capacidade de andar ou realizar atividades básicas do dia a dia, como se alimentar ou tomar banho sozinho.

Os sintomas não são apenas físicos. Vertigens incapacitantes, confusão mental intensa, dormência, sensação de queimação nas pernas e alterações cognitivas são comuns. Cada episódio é único.

O impacto emocional das recaídas

Passar por uma recaída grave pode ser comparável a sobreviver a um acidente traumático. E isso não deixa apenas marcas físicas: transtornos como TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) e ansiedade são comuns entre pessoas que vivem com EM.

Pesadelos, crises de choro, medo de novas recaídas e até dificuldade de escrever ou falar sobre os episódios são parte da experiência. A carga emocional é tão intensa quanto a física. Por isso, o apoio psicológico é essencial durante e após uma exacerbação.

Como se recuperar de uma recaída da EM

A recuperação de uma recaída da esclerose múltipla exige tempo, paciência e suporte multidisciplinar. Mesmo que a função perdida retorne, pode ser necessário reaprender a usá-la por meio de fisioterapia, terapia ocupacional ou fonoaudiologia.

E se algumas habilidades não voltarem, esses profissionais ajudam a desenvolver novas formas de lidar com as limitações. Adaptar-se é uma das chaves para continuar vivendo com qualidade.

Você não está sozinho

Se você está vivendo uma exacerbação da EM agora, saiba que não está sozinho. Milhares de pessoas passam por experiências semelhantes — e muitas delas encontram maneiras de superar e reconstruir sua vida. Compartilhar sua experiência, procurar ajuda e se permitir sentir são passos importantes no processo de cura.

Superar uma recaída na esclerose múltipla é um dos maiores desafios enfrentados por quem convive com a doença. Mas com apoio, paciência e o compromisso de continuar, é possível voltar — talvez diferente, mas não menos capaz. Se você está passando por isso agora, respire fundo, siga em frente. O inferno passa. Você passa por ele também.