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Alterações na matéria branca do cérebro podem explicar déficits cognitivos na depressão maior

  • Foto do escritor: Priscila Emery
    Priscila Emery
  • 12 de ago.
  • 2 min de leitura
Pessoas com Transtorno Depressivo Maior podem ter pior desempenho cognitivo
Pessoas com Transtorno Depressivo Maior podem ter pior desempenho cognitivo


O que é a substância branca e por que ela importa?


A substância branca é formada por fibras nervosas que conectam diferentes áreas do cérebro, permitindo que a comunicação entre elas seja rápida e eficiente. Quando essa estrutura sofre alterações, funções como memória, atenção e raciocínio podem ser prejudicadas.


Em pessoas com Transtorno Depressivo Maior (TDM), estudos mostram que a integridade da substância branca pode estar comprometida, e isso está diretamente relacionado ao declínio cognitivo observado nesses pacientes.


O estudo que investigou essa relação


Pesquisadores do Estudo Alemão de Coortes Afetivas de Transtornos Afetivos (MACS) acompanharam, por cerca de dois anos, 881 participantes com idades entre 18 e 65 anos.


  • 418 tinham TDM (idade média: 36,8 anos; 66% mulheres)

  • 463 eram saudáveis (idade média: 35,6 anos; 64% mulheres)


Todos realizaram testes neuropsicológicos e exames de ressonância magnética, especialmente a técnica de imagem ponderada por difusão, que permite avaliar a microestrutura da substância branca.


Principais descobertas


Os resultados mostraram que, em comparação com indivíduos saudáveis:


  • Pessoas com TDM tiveram pior desempenho cognitivo já no início do estudo, especialmente durante episódios de depressão aguda.

  • Houve maior declínio na integridade da substância branca ao longo do tempo.

  • Alterações nessa estrutura cerebral estavam associadas a um desempenho cognitivo ainda mais baixo em todos os momentos analisados.


Além disso, a análise indicou que o curso mais grave da doença e a piora da integridade da substância branca foram fatores preditores importantes para os déficits cognitivos.


O que isso significa para o tratamento


Essas descobertas reforçam que o cuidado com a depressão deve ir além do controle dos sintomas emocionais. É necessário também monitorar e proteger a saúde cerebral, visando preservar as funções cognitivas.


A integridade da substância branca e a evolução da doença aparecem como alvos prioritários para novas abordagens terapêuticas. Isso pode incluir desde intervenções medicamentosas até estratégias de reabilitação cognitiva e mudanças no estilo de vida que beneficiem o cérebro.


Limitações e próximos passos


O estudo teve algumas limitações, como:

  • Uso de auto-relatos para medir sintomas depressivos, o que pode gerar imprecisões.

  • Possíveis fatores de confusão, como uso de medicamentos e comorbidades, não totalmente considerados.


Ainda assim, trata-se de um passo importante para entender como a depressão afeta o cérebro e por que alguns pacientes têm mais dificuldades para recuperar o desempenho cognitivo.


Conclusão


A pesquisa publicada na Lancet Psychiatry evidencia que a substância branca tem papel crucial na relação entre depressão e função cognitiva. Quanto mais preservada essa estrutura, melhor tende a ser o raciocínio, a memória e a atenção de um indivíduo.

Investir em tratamentos que protejam a saúde cerebral pode ser fundamental para melhorar a qualidade de vida de pessoas com Transtorno Depressivo Maior — e isso abre espaço para novas terapias no futuro.

 
 
 

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Neurologista - CRM 26635 - RQE 15534

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