Como a perimenopausa e a menopausa afetam o cérebro e a saúde neurológica da mulher
- Priscila Emery
- 7 de jul.
- 2 min de leitura

Entenda a conexão entre hormônios, cérebro e sintomas neurológicos no climatério
A perimenopausa e a menopausa são fases naturais da vida da mulher, marcadas por mudanças hormonais significativas, especialmente na produção de estrogênio. Mas o que muitas mulheres não sabem é que essas alterações vão muito além dos sintomas físicos — elas também afetam profundamente o cérebro e a saúde neurológica.
Os sintomas mais comuns desse período — como distúrbios do sono, problemas de memória, mudanças de humor e alterações na frequência da enxaqueca — são, na verdade, manifestações neurológicas.
Por que o estrogênio é tão importante para o cérebro feminino
O estrogênio é um hormônio essencial que atua em várias áreas do cérebro. Ele regula o ciclo sono-vigília, ajuda na dilatação dos vasos sanguíneos e protege contra aterosclerose. Quando os níveis de estrogênio começam a cair durante a perimenopausa — período que antecede a menopausa —, essas funções ficam comprometidas.
Essa queda hormonal está diretamente ligada ao aumento do risco de condições neurológicas e cardiovasculares, como:
AVC (acidente vascular cerebral): o risco dobra nos 10 anos após a menopausa.
Demência e disfunção cognitiva.
Transtornos de humor e depressão.
Aumento da mortalidade em mulheres com menopausa precoce.
Sintomas neurológicos comuns que podem ser confundidos
Durante a perimenopausa e a menopausa, muitas mulheres relatam sintomas como:
Perda de memória leve
Falta de concentração
Fadiga constante
Irritabilidade
Confusão mental
Esses sinais, embora comuns no climatério, também estão presentes em distúrbios neurológicos como Alzheimer, Parkinson, epilepsia e apneia do sono. Por isso, é fundamental prestar atenção à persistência ou agravamento desses sintomas.
Em alguns casos, problemas visuais, dores de cabeça incomuns, fraqueza motora e alterações de comportamento devem ser avaliados por um neurologista, para descartar outras condições mais graves.
Tratamentos para os sintomas neurológicos da perimenopausa
Nem todas as mulheres precisam de tratamento durante essa fase, mas para aquelas que têm sintomas mais intensos, há diversas opções. A terapia hormonal pode ser uma aliada importante, principalmente para melhorar a função cognitiva e proteger os vasos sanguíneos — desde que a mulher tenha menos de 60 anos e não possua contraindicações.
Há também medicações não hormonais indicadas para ondas de calor moderadas a intensas, além de abordagens não farmacológicas, como:
Exercícios físicos regulares
Alimentação balanceada
Sono de qualidade
Suporte psicológico
Quando procurar ajuda médica
Mulheres com menos de 45 anos que interrompem o ciclo menstrual por mais de três meses devem consultar um médico para descartar outras causas, como insuficiência ovariana precoce. Além disso, é importante evitar o uso de suplementos naturais ou terapias alternativas sem orientação médica, pois muitas dessas práticas não têm comprovação científica e podem interagir com outros medicamentos.
A saúde neurológica na menopausa merece atenção
Compreender como a perimenopausa e a menopausa afetam o cérebro é essencial para que mulheres reconheçam sinais importantes e busquem o tratamento adequado. Conversar com profissionais de saúde, especialmente neurologistas e ginecologistas, é o primeiro passo para um envelhecimento saudável e com qualidade de vida.




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