Esclerose Múltipla e emoções: como lidar com os desafios emocionais da doença
- Priscila Emery
- 30 de jul.
- 2 min de leitura
Entendendo os impactos emocionais da esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) não afeta apenas o corpo. Os impactos emocionais também são profundos, complexos e, muitas vezes, inesperados. Além dos sintomas físicos, como fadiga, dificuldade de locomoção e alterações sensoriais, muitas pessoas com EM relatam uma verdadeira montanha-russa emocional — que pode incluir tristeza, ansiedade, irritabilidade, raiva e até apatia.
Essas oscilações são mais comuns do que se imagina. E compreender essa dimensão emocional é fundamental para quem convive com a doença, bem como para familiares e amigos.
Emoções imprevisíveis e mudanças de humor repentinas
Uma das maiores dificuldades relatadas por pessoas com EM é a imprevisibilidade das emoções. Em um momento, é possível se sentir bem, com disposição e pensamentos positivos. No outro, uma onda de angústia pode surgir do nada, mesmo em situações corriqueiras como assistir a um programa de TV ou sair com amigos.
Essas variações não são fraqueza emocional. Elas estão ligadas às alterações neurológicas provocadas pela própria doença, que afeta o sistema nervoso central e interfere diretamente na regulação emocional. Sentimentos de medo, preocupação, culpa ou frustração podem surgir de forma inesperada e intensa.
Apatia emocional: quando a reação não vem
Outro desafio é o que muitos descrevem como uma “falta de emoção”. Alguns pacientes relatam não conseguir reagir emocionalmente a situações marcantes ou tristes. Esse tipo de resposta, aparentemente fria, pode confundir quem está ao redor, mas faz parte do impacto neurológico da EM.
Essa apatia pode estar relacionada a danos em áreas específicas do cérebro responsáveis pelo processamento emocional. É importante lembrar que cada pessoa reage de maneira diferente, e a ausência de reação não significa insensibilidade.
Hipersensibilidade emocional e gatilhos inesperados
Por outro lado, também há quem experimente uma sensibilidade emocional extrema. Notícias tristes, histórias inspiradoras ou situações do cotidiano podem desencadear uma reação emocional forte, como lágrimas ou sentimentos profundos de tristeza, mesmo sem um motivo claro.
Essa hipersensibilidade pode ser difícil de explicar, mas é comum entre pessoas com EM. Trata-se de uma resposta emocional amplificada, possivelmente causada pelas alterações químicas e estruturais no cérebro.
A importância da comunicação e do apoio emocional
Lidar com os desafios emocionais da esclerose múltipla exige autoconhecimento, empatia e diálogo. Falar sobre o que se sente, mesmo que difícil, é um passo essencial para fortalecer os relacionamentos e reduzir o estresse. Quando familiares e amigos compreendem melhor os efeitos da doença, é mais fácil oferecer apoio real e evitar julgamentos equivocados.
Buscar ajuda profissional também é recomendável. Psicólogos, psiquiatras e grupos de apoio especializados em EM podem ajudar a desenvolver estratégias para enfrentar as oscilações emocionais com mais equilíbrio.
Conclusão: viver com EM é um desafio físico e emocional
A esclerose múltipla é uma doença complexa que vai além dos sintomas físicos. As emoções desempenham um papel central na experiência de quem convive com a condição. Reconhecer isso e buscar formas saudáveis de lidar com o impacto emocional é essencial para manter a qualidade de vida.
Com diálogo, informação e apoio, é possível encarar os altos e baixos emocionais da EM com mais leveza e resiliência. Afinal, entender as próprias emoções é parte fundamental do processo de enfrentamento da doença.




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