Herpes zóster grave pode elevar o risco de demência em adultos mais velhos
- Priscila Emery
- há 3 horas
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Herpes Zóster é uma reação do Varicella‑Zoster que ficou latente no nosso corpo após a catapora e pode reativar com o envelhecimento ou enfraquecimento do sistema imunológico.
Embora seja caracterizado por erupção dolorosa, o impacto vai além da pele — uma nova evidência aponta conexão com a deterioração cognitiva. Um estudo recente encontrou que episódios graves de herpes zóster em adultos mais velhos estão associados a risco aumentado de demência.
O que o estudo revelou sobre risco de demência
Os pesquisadores analisaram uma ampla coorte de adultos hospitalizados com herpes zóster grave e acompanharam seu risco de desenvolver qualquer forma de demência ao longo dos anos.
Os pontos principais foram:
Adultos ≥ 50 anos hospitalizados por herpes zóster grave apresentaram risco significativamente maior de demência comparados tanto à população geral quanto a pacientes internados por outras infecções.
Dentro do primeiro ano após a internação, o risco disparou — com aumento de até duas-vezes em certas faixas etárias mais jovens de idosos.
A associação permaneceu significativa a longo prazo, sugerindo impacto duradouro no cérebro.
Qual o mecanismo por trás dessa ligação?
Ainda que estudos não comprovem uma causa direta, há algumas hipóteses bem embasadas:
A herpes zóster causa inflamação no sistema nervoso central, podendo danificar neurônios ou vasos cerebrais.
O vírus pode reativar e afetar diretamente a mielina ou fibras nervosas, promovendo dano acumulado ao longo do tempo.
Essas lesões ou inflamações silenciosas podem acelerar doenças neurodegenerativas ou reduzir a reserva cognitiva, facilitando o surgimento de demência.
Quem está mais em risco?
Se você ou alguém próximo teve um episódio de herpes zóster grave, alguns fatores podem aumentar o risco de demência:
Idade mais avançada (especialmente > 50 anos).
Internação ou quadro grave de herpes zóster (mais do que uma simples erupção leve).
Comprometimento imunológico ou doenças crônicas associadas.
Falta de vacinação ou atraso no tratamento antiviral da herpes zóster.
O que pode ajudar a proteger o cérebro
Diante dessa evidência, algumas ações práticas podem fazer diferença:
Vacinação contra herpes zóster: proteger contra a varicela-zóster pode reduzir risco de complicações futuras, inclusive metáforas para demência.
Tratamento imediato ao primeiro sinal de herpes zóster: procurar assistência médica rapidamente para reduzir gravidade.
Monitoramento neurológico: quem teve herpes zóster grave deve ficar atento a sintomas cognitivos, como esquecimento, dificuldade de concentração ou alterações de humor.
Estilo de vida cerebral saudável: alimentação equilibrada, atividade física, sono adequado e controle de fatores de risco cardiovascular — todos ajudam a preservar a função cognitiva.
Conversa com o médico: adolescentes ou seniores com histórico de herpes zóster ou comorbidades devem discutir com seu neurologista ou geriatra sobre prevenção de demência.
Conclusão
A relação entre herpes zóster grave e maior risco de demência em adultos mais velhos é um alerta relevante para a saúde pública e pessoal. Mais do que tratar a dor da erupção, é importante entender que o impacto pode ir além — para a cognição e qualidade de vida futura.
Proteger-se contra a herpes zóster, tratar prontamente e adotar hábitos que fortalecem o cérebro são medidas que complementam o cuidado neurológico. Vale a atenção e ação.




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