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Menopausa e esclerose múltipla: entenda os impactos funcionais e neurológicos

  • Foto do escritor: Priscila Emery
    Priscila Emery
  • 3 de set.
  • 2 min de leitura
Menopausa e esclerose múltipla: entenda os impactos funcionais e neurológicos
Menopausa e esclerose múltipla: entenda os impactos funcionais e neurológicos

A menopausa é um marco importante na vida da mulher, mas seus efeitos vão além do corpo. Estudos recentes mostram que, em mulheres com esclerose múltipla (EM), a transição menopausal pode influenciar tanto a função física quanto os marcadores biológicos da doença. Entender essa relação é essencial para otimizar o cuidado e a qualidade de vida dessas pacientes.

O que muda com a menopausa na esclerose múltipla

A EM é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, causando inflamação e lesões na medula e no cérebro. Alterações hormonais, como aquelas que ocorrem na puberdade ou durante a gravidez, já demonstraram impactar o curso da doença. A menopausa, caracterizada pela queda natural dos níveis de estrogênio, também parece ser um ponto de inflexão importante.

Pesquisas recentes indicam que, após a menopausa, pode haver:

  • Piora funcional, medida pelo Composto Funcional de Esclerose Múltipla (MSFC), que avalia desempenho motor, cognitivo e de destreza manual.

  • Aumento de biomarcadores de lesão neuronal, como a cadeia leve do neurofilamento sérico (sNfL), que reflete dano axonal no sistema nervoso central.

  • Alterações na Escala de Situação de Deficiência Expandida (EDSS), embora alguns estudos apontem resultados mistos nesse parâmetro.

Evidências do estudo longitudinal

Um estudo prospectivo acompanhou 184 mulheres com EM ao longo de uma mediana de 13 anos, analisando o impacto da menopausa nos desfechos funcionais e neurológicos. Os resultados mostraram que a menopausa funciona como ponto de inflexão:

  • MSFC: Houve piora significativa no desempenho funcional após a menopausa.

  • sNfL: Observou-se aumento da cadeia leve do neurofilamento sérico, indicando maior lesão neuronal.

  • EDSS: Também apresentou uma tendência de aumento, refletindo piora clínica moderada.

Esses achados permaneceram relevantes mesmo após ajustes para idade, índice de massa corporal e uso de tabaco, sugerindo que a menopausa em si exerce um efeito direto sobre a progressão da EM.

Por que isso importa para pacientes e médicos

Entender como a menopausa influencia a EM é crucial para:

  1. Planejar cuidados personalizados: Mulheres na transição menopausal podem se beneficiar de monitoramento mais frequente de função motora e biomarcadores.

  2. Ajustar terapias: O conhecimento do impacto hormonal pode orientar decisões sobre tratamentos modificadores da doença ou até terapias hormonais, quando indicado.

  3. Prevenir complicações futuras: Identificar a fase menopausal como período de risco permite intervenções precoces para reduzir declínio funcional e acúmulo de lesões.

Dicas práticas para mulheres com EM na menopausa

  • Manter acompanhamento regular com neurologista e profissionais de saúde especializados.

  • Monitorar desempenho físico e cognitivo por meio de testes clínicos padronizados.

  • Discutir possíveis estratégias de suporte hormonal ou terapias adjuntas quando apropriado.

  • Investir em atividade física, nutrição balanceada e manejo do estresse, que auxiliam na manutenção da função neurológica.

Conclusão

A menopausa representa um período crítico na vida de mulheres com esclerose múltipla, podendo acelerar o declínio funcional e aumentar lesões neurais. Reconhecer essa transição como um ponto de inflexão permite cuidados mais assertivos e personalizados, promovendo melhor qualidade de vida e manejo da doença.

 
 
 

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Neurologista - CRM 26635 - RQE 15534

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