Vitamina D em alta dose: novo aliado contra a esclerose múltipla? Leia o artigo!
- Priscila Emery
- 12 de ago.
- 2 min de leitura

A vitamina D tem ganhado destaque na neurologia, especialmente quando o assunto é esclerose múltipla (EM). Estudos mostram que sua deficiência está associada a um risco maior de desenvolver a doença e de apresentar mais atividade inflamatória. Mas será que suplementar doses elevadas dessa vitamina realmente faz diferença? Um estudo recente traz respostas importantes.
O que é a síndrome clinicamente isolada (CIS)
A síndrome clinicamente isolada (CIS) é o primeiro episódio neurológico sugestivo de esclerose múltipla. Nem todos que têm CIS evoluem para EM, mas o risco aumenta quando há lesões típicas na ressonância magnética e alterações no líquor, como bandas oligoclonais. Por isso, a fase inicial é um momento-chave para tentar reduzir a atividade da doença e adiar — ou até evitar — a progressão.
O estudo D-Lay MS
O ensaio clínico randomizado D-Lay MS, realizado em 36 centros de esclerose múltipla na França, investigou se a suplementação de colecalciferol (vitamina D3) em alta dose poderia reduzir a atividade da doença em pacientes com CIS típica para EM.
Foram avaliados 303 pacientes, com idades entre 18 e 55 anos, não tratados previamente, todos com baixos níveis de vitamina D no sangue. Eles receberam, de forma aleatória, 100.000 UI de vitamina D3 ou placebo a cada duas semanas, por 24 meses.
Resultados principais
Os dados chamam atenção:
60,3% dos pacientes que tomaram vitamina D apresentaram atividade da doença ao longo de 24 meses, contra 74,1% no grupo placebo.
O tempo médio até a atividade da doença foi quase o dobro com vitamina D (432 dias vs. 224 dias no placebo).
Os exames de ressonância magnética mostraram menos novas lesões e menos atividade inflamatória no grupo que recebeu vitamina D.
Apesar disso, não houve diferença significativa na taxa de recaídas clínicas isoladas — o benefício foi mais claro nas imagens de ressonância e na soma de todos os parâmetros de atividade da doença.
Segurança da suplementação
O estudo também acompanhou os efeitos adversos. Eventos graves foram semelhantes nos dois grupos e nenhum foi relacionado diretamente à vitamina D, reforçando a segurança da suplementação de alta dose dentro do protocolo médico.
O que esses resultados significam
A suplementação de vitamina D em alta dose pode reduzir a atividade inflamatória do sistema nervoso central na fase inicial da esclerose múltipla, especialmente quando detectada ainda na síndrome clinicamente isolada.
Embora a vitamina D não substitua as terapias modificadoras da doença, ela pode ser uma aliada importante no tratamento, ajudando a proteger o cérebro e a medula espinhal contra novas lesões.
Conclusão
Para quem tem CIS ou EM precoce, manter níveis adequados de vitamina D pode ser mais do que uma medida de saúde geral — pode significar retardar a progressão da doença.
Este estudo reforça a importância do acompanhamento médico e da suplementação personalizada, evitando tanto a deficiência quanto o excesso.
Se você recebeu diagnóstico de CIS ou EM, converse com seu neurologista sobre a dosagem de vitamina D ideal para o seu caso. A ciência avança, e cada passo conta para um futuro com mais qualidade de vida.




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